ENCONTRO EM CONJUNTO 01

Matias Santiago (Salvador/BA) + Rafaela Izeli (Salvador/BA)

Uma broca na praia. Resistência e confusão.

O que fazer quando só se tem uma canga?

E quando nem canga temos?

Buscando estratégias de sobrevivência no deserto.

Em um momento de inevitável aquecimento global, urgências climáticas e possíveis aumentos do nível do mar nos colocam incertezas diante de nossas praias e ocupar as areias nos parece cada vez mais uma prática de resistência. Somado a isso, são tantos os estímulos luminosos a que somos submetidos e que nos vigiam continuamente – projetores, telas de celular, televisores e câmeras de vigilância – e tantas maquinarias estatais e sociais a que devemos nos enquadrar, que as nossas possibilidades de resistir parecem cada vez mais ofuscadas. Onde estaria nosso poder de imaginação? Ainda que pequenos, vencidos, nossos minúsculos esforços fazem nosso modo de imaginar uma condição para nosso modo de fazer política. “A imaginação é política”, dizia Didi-Huberman (2011) em “A Sobrevivência dos Vaga-lumes”. A imaginação como um produtor de imagens para organizar nosso pessimismo, protestar contra os feixes de luz totalizantes e fazer com que os vaga-lumes, os pequenos pontos de esperança, partilhem seus desejos e resistam.

Quando só se tem uma canga, o que podemos imaginar?

DATA: 07/11, QUI

HORÁRIO: 16h às 18h

LOCAL:  Cabana Corais, Praia da Concha, Itacaré/BA

Matias Santiago

Matias Santiago é professor, bailarino, coreógrafo e gestor cultural. Doutor em Dança pelo PPGDança-UFBA, Professor de Artes da Rede Municipal de Educação de Salvador, Professor do curso de licenciatura em Dança na modalidade à distância da UFBA e Diretor Artístico do Balé Jovem de Salvador.

Rafaela Izeli

Rafaela Izeli é arquiteta e urbanista, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, com período sanduíche na École Nationale Supérieure d’Architecture de Paris-La Villette, membro do Laboratório Urbano e integrante da pesquisa coletiva Cronologia do Pensamento Urbanístico, desde 2017.